sábado, 20 de março de 2010

Olha a Rosi aí, gente!!!

Esta edição com a Rosi Campos na CAPA foi um sucesso, claro! Uma diva, uma celebridade nacional de primeira categoria!
Que atriz! Que mulher, não é, gente?
Então, aí vão algumas fotos do nosso bate papo, em Sampa, na casa dela...
(fotos Caio Gallucci)

Entrevista, na íntegra:

UM CAFÉ COM ROSI CAMPOS


Que delícia, em pleno domingo, tomar café da manhã com ninguém mais, ninguém menos que Rosi Campos! Entre 11h da manhã e 1h da tarde, em sua aconchegante casa, em São Paulo, batemos um longo papo, rimos e petiscamos pães de queijo. Num clima totalmente agradável, eu e Caio Gallucci (fotógrafo da TAL) ainda papeamos um pouco com Ary Brandi, grande fotógrafo e marido da atriz.

Você é jornalista, formada pela ECA (Escola de Artes Dramáticas da USP), e trabalhou por cinco anos como Assessora de Imprensa da Som Livre. Você pensava em seguir carreira?

Na verdade minha paixão sempre foi o cinema. Mas fazer cinema em 1974? (risos) Naquela época só tinha “Pornochanchada”, e se eu falasse ao meu pai que queria fazer, ele iria me chamar de louca. Então, um dia, uma amiga minha me “abriu portas” e comecei a trabalhar na Som Livre.


Na época da faculdade de jornalismo, você já era de um grupo de teatro, certo?

Sim, dentro da ECA tinha um grupo chamado Geteca, no qual eu fazia parte. Quando o grupo “Mambembe” precisou de uma substituição, meu amigo Douglas Salgado me indicou. Não tinha experiência nenhuma, porque o grupo da USP era amador, mas acabei entrando. Nele trabalhei durante cinco anos.


E do Mambembe para o Teatro do Ornitorrinco, onde você ficou por 5 anos, também foi indicação?

Foi. Chiquinho Brandão foi quem me indicou. Naquela época não tinha teste, isso só existe hoje. Tudo bem que era um musical, precisava cantar, dançar...


Naquela época você já cantava?

A gente sempre cantou nos espetáculos. Desde o primeiro que fiz: “Dom Quixote”, já era musical. E depois, com o Circo Grafitti, que a gente fundou em 1989, tinha mais música ainda!


O Circo Grafitti trabalha fundamentalmente com musicais e já recebeu 17 prêmios com a peça “Você Vai Ver o Que Você Vai Ver”. Outros espetáculos produzidos por vocês, como “Almanaque Brasil”, também tiveram sucesso absoluto de público e da crítica, além de acumularem prêmios.

Foi um plano de carreira atuar sempre em musicais e sempre estar envolvida com a comédia, ou foi acontecendo?

O artista não tem planos, não. A vida foi levando. Eu gosto muito de musical, mas é difícil fazer. Às vezes você encontra um bom cantor e bailarino, mas que não interpreta bem. E não é só cantar! As pessoas não têm noção da dificuldade que temos, e não dão valor algum, pensam que cantar, dançar e interpretar é fácil. Por isso que admiro demais a Claudia Raia e o Daniel Boaventura.


Você acha que o sucesso de uma peça sempre é conquistada pela junção dos trabalhos de produção, direção, texto e atuação do elenco?

Acho que não tem essa fórmula não, porque às vezes você tem tudo isso e não faz sucesso, só porque não tem ninguém de televisão... E, às vezes, não há ninguém famoso, e o espetáculo faz sucesso!


Há dois anos você está em cartaz com o espetáculo “De pernas pro ar”, que, aliás, o público taubateano poderá assistir no final de fevereiro/início de março. Como é a peça?

Ela tem um pouco do “Almanaque Brasil”, um pouco do “Gato Preto”... A gente fez uma compilação com a postura do “Almanaque”, colocando outras músicas, e é um espetáculo muito divertido!

Tomara que o Vale do Paraíba possa visitar Taubaté para assistir, e, em falar em visita, eu estou louca para visitar Quiririm de novo, adoro aquela vila italiana!



Você é uma atriz super privilegiada, porque tem muitos trabalhos no teatro, na TV e no cinema...

É verdade. Só a personagem Morgana “me levou” para os três (TV, cinema e teatro).


Na TV, o “Castelo Rá-Tim-Bum” acho que foi desde 1993. Fizemos 90 programas que reprisam até hoje. Atingiu várias gerações. Foi um programa de grande sucesso na TV Cultura, que dava 10 pontos de ibope, às 19h, concorrendo com o jornal do SBT. Foi um escândalo!

Fiz também o filme, do mesmo nome, em 2000. E, no teatro, fiz a peça “A Saga da Bruxa Morgana e o Enigma do Tempo”, em 2006.

A Mamuska, da novela “Cor do Pecado”, foi um hiper sucesso também, a novela vendeu mais que “O Clone”. Eu não sabia disso. Amigos me falaram que sou conhecida no leste europeu (por causa de novela) e na Venezuela (por causa do Castelo Rá-Tim-Bum).


Você acabou de gravar o longa “Chico Xavier”. O que você está esperando da estreia, em abril?

Eu espero que seja um sucesso muito grande, porque existem muitos espíritas no Brasil. Declarados e não declarados são mais de 40 milhões. O Chico é conhecidíssimo, mas tem muita gente que é nova e não o conhece. Foi uma pessoa que realizou projetos, que continuam até hoje! Se você for lá em Uberaba (MG), verá o centro espírita, a casa de refeições, que recebe as pessoas e doa sexta básica, e ainda o museu dele, que é a casa onde morava. Tudo cuidado pelo Eurípedes, que continua com a obra. É impressionante, tudo funciona!


Daniel Fiho, diretor do longa, não é espírita. Depois de gravar o filme, ele não mudou de religião? (risos)

Ele ficou muito tocado. Se emocionou muito com a história do Chico Xavier, porque é um exemplo de ser humano, e não tem quem não se modifique com a historia dele. Só a vida dele já te faz perguntar: “Meu Pai, como ele conseguiu tudo que conseguiu, com tanta dificuldade, naquele fim de mundo, com aquela pobreza?”.

Ele trabalhou anos como funcionário público, para cuidar dos irmãos. Tudo que ele ganhava, ele dava. Totalmente desprendido. Ele não viveu neste mundo, ele transitava em outra esfera. Não vivia essa coisa material e sofrida.


Para você, por ser espírita, foi um presente...

Eu amei interpretar a “Cleide”, que acompanhou o Chico em tudo. Acabei indo para muitos lugares. Fora isso, adorei esse trabalho, também, porque o Daniel é muito legal, ele cria um ambiente adorável, saudável, agradável (risos). E coloca todo mundo no filme: a mulher do fotógrafo, o maquiador, o fotógrafo...Ele é uma pessoa muito inteligente!


São cerca de 35 anos de carreira. “Rosi Campos” não é apenas atriz, mas também produtora, roteirista e diretora.

Você está produzindo atualmente?

Sim. Estou com um projeto grande, que é “Morgana e a Família Real”. Era para ter sido feito no ano passado, mas ficou para este ano. Sabe como é, né, a gente tem projetos imediatos, a curto, a médio e a longo prazo (risos).

E também gosto de “botar a mão na massa”! Varrer palco, pegar cenário. Adoro essa parte de produção. É legal porque você não fica na mão de ninguém. Aliás, quem foram as atrizes que atravessaram todos esses anos e estão aí, maravilhosas? Fernanda Montenegro e Marilia Pera, que sempre se produziram!!!


Pode acontecer de uma peça não ganhar patrocínio e fazer um mega sucesso. Isso já aconteceu co você?

Com “As Sereias da Zona Sul” conseguimos patrocínio de 3 meses, e ficamos 7 anos em cartaz. Quando precisava viajar, eu que pagava as passagens. Eram 8 pessoas na equipe. Os produtores locais bancavam o hotel. Quando chegava na cidade, ainda tínhamos que pagar mídia. Só até aí já tínhamos gasto uns R$ 10 mil. E para conseguir esse valor na bilheteria? Se sobrar o ator ganha, se não...